A guerra de 1948 em Israel / Palestina é designada em Israel como « Guerra da Independência », amiúde acompanhada da glorificação dos soldados e dos oficiais judeus que nela tomaram parte, com a ocultação dos seus crimes e difamação das vítimas. Já os palestinos designam-na de Nakba, « catástrofe », o que dá conta dos devastadores efeitos que produziu na sociedade palestina, não elucidando porém quanto à natureza dos acontecimentos ocorridos. Com base na aturada investigação das fontes - arquivos documentais que no final da década de 1990 passam a estar acessíveis, ficheiros secretos, testemunhos orais, entre outros - nesta obra incisiva, Ilan Pappe propõe que a expulsão de aprox.
1 milhão de pessoas, os massacres, a destruição e o despovoamento de aprox. 500 aldeias e bairros urbanos seja encarada como uma vasta e deliberada operação de « limpeza étnica ». Traduzida em dezenas de línguas e países, A Limpeza Étnica da Palestina, é porventura uma das mais importantes obras sobre a história moderna de Israel / Palestina. Quanto ao fundo do problema que o conflito coloca, para ambos os povos em luta e ainda para todos nós, o autor sintetiza nos seguintes termos: « O problema de Israel nunca foi a sua judeidade - o judaísmo tem muitas faces e muitas delas proporcionam uma base sólida para a paz e a coabitação -, quanto o seu caráter étnico-sionista.
O sionismo não tem as mesmas margens de pluralismo que o judaísmo oferece, sobretudo não para os palestinos. Estes nunca poderão ser parte do Estado e do espaço sionistas e continuarão a lutar - e oxalá que a sua luta seja pacífica e bem sucedida. Caso contrário, será desesperada e vingativa e, qual turbilhão, sugará tudo numa grande e perpétua tempestade de areia, que irá grassar não só nos mundos árabe e muçulmano, mas também na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos - as potências que, cada uma à sua maneira, alimentam a tempestade que ameaça arruinar-nos a todos ».
A guerra de 1948 em Israel / Palestina é designada em Israel como « Guerra da Independência », amiúde acompanhada da glorificação dos soldados e dos oficiais judeus que nela tomaram parte, com a ocultação dos seus crimes e difamação das vítimas. Já os palestinos designam-na de Nakba, « catástrofe », o que dá conta dos devastadores efeitos que produziu na sociedade palestina, não elucidando porém quanto à natureza dos acontecimentos ocorridos. Com base na aturada investigação das fontes - arquivos documentais que no final da década de 1990 passam a estar acessíveis, ficheiros secretos, testemunhos orais, entre outros - nesta obra incisiva, Ilan Pappe propõe que a expulsão de aprox.
1 milhão de pessoas, os massacres, a destruição e o despovoamento de aprox. 500 aldeias e bairros urbanos seja encarada como uma vasta e deliberada operação de « limpeza étnica ». Traduzida em dezenas de línguas e países, A Limpeza Étnica da Palestina, é porventura uma das mais importantes obras sobre a história moderna de Israel / Palestina. Quanto ao fundo do problema que o conflito coloca, para ambos os povos em luta e ainda para todos nós, o autor sintetiza nos seguintes termos: « O problema de Israel nunca foi a sua judeidade - o judaísmo tem muitas faces e muitas delas proporcionam uma base sólida para a paz e a coabitação -, quanto o seu caráter étnico-sionista.
O sionismo não tem as mesmas margens de pluralismo que o judaísmo oferece, sobretudo não para os palestinos. Estes nunca poderão ser parte do Estado e do espaço sionistas e continuarão a lutar - e oxalá que a sua luta seja pacífica e bem sucedida. Caso contrário, será desesperada e vingativa e, qual turbilhão, sugará tudo numa grande e perpétua tempestade de areia, que irá grassar não só nos mundos árabe e muçulmano, mas também na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos - as potências que, cada uma à sua maneira, alimentam a tempestade que ameaça arruinar-nos a todos ».